Mamografia: exame detecta o câncer de mama
A mamografia é um exame de raio-X da mama e glândulas mamárias, sendo o principal exame de triagem para o câncer de mama e outros problemas no órgão. A mamografia identifica nódulos, cistos, calcificações e tumores. No geral, esses problemas são vistos na mamografia antes mesmo de serem sentidos por apalpamento. O estudo Swedish Two-County Trial of mammographic screening, feito com 133.065 mulheres durante quase três décadas, mostrou que a mamografia regular pode reduzir em 30% as mortes do câncer de mama.
Tipos de mamografia
- Mamografia convencional: a mamografia convencional é feita em uma máquina de raio-x padrão, com uma chapa que leva cerca de três minutos para ser revelada. Pelo fato de os resultados não poderem ser vistos em tempo real, pode ser que a imagem não fique nítida e a paciente seja convidada a refazer o exame.
- Mamografia digital: a mamografia digital tem o mesmo processo da mamografia convencional, usando também o raio-x. Enquanto a mamografia convencional utiliza um filme para a visualização da imagem após a exposição da mama ao raio-X, a mamografia digital utiliza um detector que transforma o raio-X em sinal elétrico e transmite para um computador. A imagem da mamografia é processada em alguns segundos e é possível ampliá-la e melhorar no próprio monitor, com o auxílio de softwares que auxiliam na interpretação das imagens. Além disso, a mamografia digital expõe a paciente a menos radiação (cerca de 3/4 a menos do que a mamografia convencional, ainda que essas doses já sejam muito baixas).
Quando o exame de mamografia é pedido:
A principal indicação da mamografia é para o rastreamento do câncer de mama. Nesse caso, a mamografia deve começar a ser feita a partir dos 40 anos, anualmente, para mulheres que não tem histórico familiar da doença. Já para aquelas que possuem casos de cancro de mama na família, a mamografia deve começar a ser feita 10 anos antes do caso mais precoce entre as parentas que tiveram a doença, se tiver mais de uma. Por exemplo: se uma mulher descobriu um câncer de mama aos 40 anos, sua filha deve começar a fazer mamografias anualmente aos 30 anos.
Além do rastreamento para câncer de mama, a mamografia também é indicada para outros casos:
- Paciente tem alguma queixa clinica (dores, caroços ou alterações na aparência da mama)
- Rastreamento de alguma alteração encontrada em ultrassonografia
- Homens com suspeita de ginecomastia.
Pré-requisitos para fazer o exame:
Ter mais que 25 anos de idade. Isso porque a mama jovem é mais suscetível à radiação, e a mamografia pode afetar sua formação. Mesmo mulheres que tiveram casos familiares muito cedo (aos 30 anos, por exemplo), devem esperar até os 25 para fazer a primeira mamografia. Antes disso, a indicação nesses casos são ultrassonografias. Também são necessários alguns cuidados no dia do exame:
- Se você já fez uma mamografia anterior, leve os resultados
- Não use desodorantes ou outros cosméticos na região da mama e axila, pois eles podem afetar os resultados
Informe o técnico se:
- Têm implantes mamários. Os implantes de silicone necessitam de um método mamografia modificado.
- Já tem uma biópsia de mama. Conhecer a localização do tecido vai ajudar o radiologista a fazer sua mamografia com mais atenção naquela área
- Se você tem pele sensível ou uma condição relacionada.
Contraindicações:
- Gravidez, já que a radiação pode afetar a formação do bebê
- Evitar a mamografia enquanto se está amamentando, pois ainda não se sabe os efeitos que a radiação pode ter sob o leite materno.
- Pacientes que estão em tratamento de radioterapia na parede toráxica não podem fazer mamografia com muita frequência.
Como a mamografia é feita:
A mamografia é feita por um profissional em radiodiagnóstico. As imagens de raios-X são interpretadas por um médico radiologista, oncologista ou mastologista.
Você terá que remover todas as joias que possam interferir na imagem do raio-X. Depois, você precisará tirar toda a roupa da cintura para cima e receberá uma roupa de pano ou papel, típica de hospital, para ser usada durante a mamografia. Se você está preocupada com uma área específica da sua mama, mostre ao técnico para que a área possa ser analisada com mais atenção.
Durante a mamografia, você ficará em pé e fará a imagem de uma mama de cada vez em um aparelho chamado mamógrafo. O seu peito será colocado sobre uma placa plana que contém o filme de raios-X ou então é responsável por captar a imagem da mamografia digital. Outra placa é então pressionada firmemente por cima, contra seu peito, para ajudar a alisar o tecido mamário. A compressão causada pela mamografia é muito firme e a placa é fria, podendo causar desconforto à mulher. Você pode ser solicitada para levantar seu braço. Por alguns segundos enquanto a imagem de raios-X está sendo feita, você precisará prender a respiração. Normalmente, duas imagens são tiradas de cada mama: uma de baixo para cima e outra da lateral, pegando também a axila. Mulheres que tem implantes mamários farão quatro imagens em vez de duas, além de não ter a mama tão comprimida - para não correr o risco de romper a prótese. Além das imagens padrão, a mulher com implantes terá a glândula mamária puxada para frente e o implante descolado para esquerda e para a direita, sendo feita mais uma incisão para cada lado descolado. Isso garante que a mamografia contemple uma área maior de tecido mamário, já que o silicone dificulta a interpretação da mamografia, "escondendo" o tecido mamário que fica na parte de trás da mama.
As imagens são enviadas para uma estação de imagens onde é possível examiná-las mer. Em alguns casos, após a mamografia, pode ser que você seja solicitado a esperar alguns minutos, para o caso de a mamografia precisar ser refeita em um espectro mais ampliado - isso porque, nessa análise inicial, o próprio técnico pode encontrar uma alteração suspeita, que necessita de ampliação para um estudo mais detalhado. Pode ser que o laboratório não peça para você esperar, mas ligue para você no mesmo dia, explicando a necessidade de remarcar a mamografia. Os resultados do exame levam de dois a sete dias para ficarem prontos, dependendo do laboratório.
Tempo de duração do exame:
O exame em si dura alguns segundos. O exame completo, contando a troca de roupa, o posicionamento e outros preparativos, dura em média 15 minutos.
Recomendações pós-exame:
A mamografia é muitas vezes desconfortável, mas é raro que seja extremamente dolorosa. Se você sentir muita dor, descanse e evite movimentar muito os braços.
Periodicidade do exame:
- Para pacientes assintomáticos a partir dos 40 anos anualmente, ou antes dessa idade se houver histórico familiar.
- Depois dos 50 ou 60 anos, se ainda assintomática, a mamografia pode passar a ser feita a cada dois anos.
- Pacientes que apresentam alguma alteração fazem um controle a cada seis meses nos dois primeiros anos, caso não haja alteração a frequência volta a ser anual.
Grávida pode fazer?
Não é indicado. Caso a grávida já tenha um câncer ou uma alteração muito suspeita, não identificada por ultrassonografia, o médico pode indicar que o exame seja feito. Nesse caso, é utilizado um protetor de chumbo na barriga e caixa torácica para impedir que o resto do corpo seja exposto a radiação.
A mamografia pode aparentar uma lesão suspeita de cancro mesmo quando ele não está presente (falsos positivos). Isso pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais provável com mulheres mais jovens. Resultados falso-positivos podem levar a sofrimento emocional, exames e tratamentos desnecessários. Existe também um mínimno risco de danos às células ou tecidos por conta da exposição a algum tipo radiação, mesmo com os níveis muito baixos de radiação usados para a mamografia. Mas o risco de danos provocados pelos raios-X é muito baixo comparado com os potenciais benefícios do teste.
O que significa o resultado do exame?
A mamografia vai indicar se na mama há uma calcificação, um nódulo ou uma massa sólida. Cada paciente tem um tipo de mama, e a imagem resultante da mamografia pode variar conforme esse critério. Mamas mais gordurosas e com menos glândulas aparecem, no geral, mais escuras do que as mamas que tem uma grande concentração de tecidos glandulares. Mulheres com implantes mamários tem seu exame de imagem mais branco, pois o silicone presente na mama se destaca na mamografia - por isso mesmo são necessárias mais incisões nesse caso. Os resultados do exame de mamografia seguem a classificação BIRADS do Colégio Americano de Radiologia, que é mundial e varia de 0 a 6:
Categoria | Avaliação | Conduta |
0 | Incompleta | Outras incidências de mamografia ou ultrassonografias são necessárias |
1 | Negativa (nada encontrado) | Rastreamento normal |
2 | Achados benignos | Rastreamento normal |
3 | Provavelmente benignos | Seguimento de 06 meses |
4 | Anomalias suspeitas, sendo A: menor suspeita; B: média suspeita; e C: maior suspeita | Biópsia deve ser avaliada |
5 | Alta suspeita de malignidade | Necessita esclarecimento definitivo |
6 | Já existe diagnóstico do câncer | Câncer já confirmado anteriormente por exame histopatológico. Exame feito apenas para acompanhamento. |
Resultados normais:
Se for um exame completamente normal não vai ter nenhum achado adicional. A radiografia mostrará uma mama completa, sem manchas ou variações mais claras na mamografia. Alguns nódulos de gordura podem aparecer, só que mais escuros do que seria um nódulo suspeito. Eles seriam semelhantes à gordura da mama.
O que significam resultados anormais:
Quando tiver uma calcificação ou um nódulo, a aparição será tridimensional. Portanto, ela aparecerá nas duas incidências da mamografia. A cor geralmente é semelhante a densidade do tecido mamário, só que mais branco. Nesse caso é analisado o contorno dos nódulos, a densidade e a presença de incidências associadas. Pode ser que seja pedido um ultrassom, ressonância ou tomografia como exame adjuvante, caso o resultado da mamografia não tenha sido satisfatório.
Se confirmado, o nódulo é submetido a um ultrassom direcionado, para classificar a lesão e dar uma conduta ao achado, se ele é benigno, maligno ou precisará ser controlado. Quando a le~sao é suspeita ou muito suspeita, é realização a biópsia do tecido. As incidências serão analisadas mais detalhadamente, com uma lupa no caso da chapa física ou por uma ampliação digital, caso o resultado esteja em um computador.
No caso do homem com suspeita de ginecomastia, o exame irá avaliar a presença do crescimento de glândulas mamárias.
Há mais alguma coisa que eu devo saber?
Quando a rotina de exames começa, é comum as mulheres se queixarem de desconforto e dores durante a mamografia, que muitas vezes podem ser contornados com algumas mudanças:
Evite agendar logo antes ou depois da menstruação
A mamografia deverá ser realizada preferencialmente durante a segunda e terceira semanas do ciclo menstrual - nesse período há menor densidade do tecido glandular das mamas, tornando o exame mais detalhado e com menor desconforto. Além disso, no período da menstruação ou nas semanas próximas, as mamas costumam estar mais sensíveis, devido às alterações hormonais, e o exame se torna mais desconfortável.
Vista duas peças de roupa separadas
Normalmente as mulheres devem tirar toda a parte superior da vestimenta. Então, o melhor é evitar peças únicas, como vestidos, ou roupas muito difíceis de retirar, contornando desconfortos dessa natureza. O ideal é usar uma camisa abotoada no dia do exame, pois esta pode ser facilmente retirada e vestida.
Posicione-se de forma confortável
No momento do exame, permita que o radiologista te posicione da melhor forma, e avise caso esteja se sentindo desconfortável. Isso porque qualquer mudança de posicionamento durante o exame pode prejudicar seu resultado - por isso, converse com o técnico e procurem juntos a melhor posição para o exame.
Notifique o médico sobre suas limitações
Deve ser comunicada qualquer limitação da paciente, como rigidez muscular, dificuldade para levantar os braços e outros problemas que poderão dificultar a posição correta no aparelho. Uma vez que o posicionamento e conforto da paciente são fundamentais para o sucesso do exame, qualquer restrição deve ser comunicada.
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