Os músculos do assoalho pélvico


O desuso a debilidade e a hipotonicidade dos músculos do assoalho pélvico (MAP) contribui para incapacidade orgástica, e o treinamento destes tem efeito positivo na vida sexual de mulheres. Com relação ao transtorno orgástico o treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) pode promover melhora, pois com o aumento da força dos músculos que se inserem no corpo cavernoso do clitóris, pode haver melhor resposta do reflexo sensório-motor. Existe uma forte integração entre fatores orgânicos e psíquicos e que, em geral, muitas mulheres não tem conhecimento da potencialidade no prazer e da localização do clitóris. Acredita-se que não só o fortalecimento, mas também a conscientização e propriocepção dessa musculatura promovem uma maior percepção da região perineal, melhorando assim a autoimagem da mulher, sua receptividade em relação à atividade sexual e a satisfação com seu desempenho (Kegel, 1952; Kaplan, 1974; Chambless et al., 1984).

As estruturas ósseas da pelve, interligadas por fibras musculares lisas dos ligamentos e pelas condensações das fáscias, juntamente com a musculatura do assoalho pélvico, vão sustentar a bexiga e a uretra, fechando a pelve e apoiando as vísceras em posição vertical. Esse suporte anatômico da junção uretrovesical é o responsável pela manutenção da posição intra-abdominal do colo vesical e, portanto responsável pela continência. Esse conjunto vai permitir uma constante manutenção do tônus e contração muscular frente ao aumento súbito da pressão abdominal. A manutenção de uma postura correta da região pélvica, ou seja, uma pelve estaticamente equilibrada nos planos frontal, sagital e horizontal, torna-se um fator de contribuição para a continência nas situações de aumento da pressão abdominal, pois favorecerá que essa pressão seja igualmente transmitida a bexiga e à uretra proximal, mantendo assim a pressão uretral máxima maior que a vesical (Blaivas et al., 1997; Halbe, 2000; Bienfait, 2000).

 

 

O desequilíbrio pélvico em anteversão e consequente aumento da lordose lombar vão desencadear um maior tensionamento e distensão perineal, podendo prejudicar sua funcionalidade. Assim os desequilíbrios pélvicos podem levar a um déficit muscular da musculatura perineal e colaborar negativamente para a continência, já que o mecanismo esfincteriano estará prejudicado. O alongamento ou sobre carga excessiva nos tecidos do assoalho pélvico pode levar a mudanças irreversíveis nas propriedades teciduais, alterando o mecanismo de suporte uretral e de continência (Bienfait, 1995; Perry et al., 1998; Wijma et al., 2007).

O assoalho pélvico é a única musculatura transversal do corpo humano que suporta carga, sendo responsável por diversas funções: suporte dos órgãos abdominais e pélvicos, manutenção da continência urinária e fecal, auxílio no aumento da pressão intra-abdominal, na respiração e na estabilização do tronco. Além disso, esses músculos permitem o intercurso quando fracos podem causar hipoestesia vaginal e anorgasmia. O treinamento dos músculos da parede abdominal favorece a contração simultânea dos músculos transverso do abdome e pubococcígeo, de modo a melhorar ao mesmo tempo, a estabilização da coluna lombar. A relação funcional entre o diafragma e o músculo transverso do abdome é devida a condições anatômicas, a proximidade das origens desses músculos na face interna das costelas. O diafragma, o músculo transverso do abdome e o músculo elevador do ânus tem a função de estabilizar o tronco (Richardson et al., 1999; Sapsford, 2001; Azar et al., 2008).

 

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