Malhação em excesso pode causar incontinência urinária; entenda







Para a as mulheres, os exercícios realizados com peso e em séries com muitas repetições podem ocasionar incontinência urinária em qualquer idade. Isso ocorre porque o sexo feminino possui o que é chamado de "limiar de continência", diretamente ligado à quantidade e ao tempo que os músculos do períneo suportam esforços repetitivos Foto: Getty Images

Realizar atividades físicas é recomendável a todos, por conta dos incontestáveis benefícios que traz à saúde. O sinal de alerta, porém, é aceso quando o excesso de malhação acaba causando problemas. Para a as mulheres, os exercícios realizados com peso e em séries com muitas repetições podem ocasionar incontinência urinária em qualquer idade. Isso ocorre porque o sexo feminino possui o que é chamado de "limiar de continência", diretamente ligado à quantidade e ao tempo que os músculos do períneo suportam esforços repetitivos.

"O impacto repetitivo é transmitido ao assoalho pélvico e pode comprometer os ligamentos e a musculatura, causando fadiga destes músculos e dos que envolve a uretra. Isso prejudica a contração muscular e, consequentemente, a estabilidade e o fechamento da mesma. O resultado pode ser a perda urinária", afirmou a ginecologista Ivani Kehdi, do Hospital e Maternidade São Luiz. Segundo dados do International Continency Society (ICS), 20% das mulheres no mundo sofrem de incontinência urinária e, depois da menopausa, esse número sobe para cerca de 40%.

Para evitar a situação, a médica aconselha a buscar assistência de fisioterapeuta especializado em assoalho pélvico para fazer exercícios pelviperineais. "A maioria das atividades físicas não envolve contração voluntária dos músculos dessa região durante a execução, aumentando a pressão intra-abdominal e conduzindo a um possível quadro de incontinência", disse, ao acrescentar: "as academias e os orientadores físicos precisam incentivar esse tipo de exercícios."

Síndrome da mulher atleta
A médica explica que é difícil quantificar qual o nível de excesso de exercícios para se chegar ao problema. "Há muitas variantes, como genética, tipo de exercício, nutrição, acompanhamento de profissional adequado". Nas mulheres atletas, há ainda mais propensão para o desenvolvimento do problema, por outros motivos.

"Como consequência de treinamentos exagerados, tanto na viciada em academia, quanto na atleta de elite, pode ocorrer o que chamamos de síndrome da mulher atleta", afirmou a especialista. Amenorreia (falta de menstruação), anorexia e outros distúrbios alimentares e diminuição da massa óssea precoce são os principais distúrbios apresentados. E podem surgir também em garotas que malham muito e fazem restrição dietética para alcançar o "corpo ideal".

A falta de menstruação provocada por esses hábitos é sinal de que os hormônios femininos encontram-se baixos. "Com isso, os tecidos da região genital ficam mais frágeis e susceptíveis a traumas de repetição (impacto, musculação com carga exagerada), daí à ocorrência de incontinência urinária."

Consequências sociais
A ginecologista afirmou ainda que um dos maiores problemas é o isolamento motivado pela perda da urina. "Evita-se contatos sociais, viagens, festas, pelo medo da incontinência e, sobretudo, do odor que a mesma traz consigo. Muitas vezes, a situação não é compartilhada com a própria família por constrangimento." Tal isolamento vem associado ao desconforto causado pela irritação da pele (dermatite amoniacal), odor, uso constante de absorventes, fraldas, trocas constantes de roupa. "Esse fatores acabam por levar à degradação da qualidade de vida dessas mulheres."

Demais motivos
Genética - a incontinência urinária é mais frequente em brancos, pela menor quantidade de colágeno existente em seus tecidos, quando comparada aos negros.

Idade - As mulheres têm aumento da prevalência da incontinência urinária na pós-menopausa, com a diminuição dos hormônios registra-se uma queda resistência tecidual e maior flacidez da musculatura.

Doenças - Obesidade, doença pulmonar crônica (tosse crônica), diabetes, problemas neurológicos, psiquiátricos.

Partos - Os vaginais traumáticos podem causar o problema.

Fonte: Terra



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