Fatores que ajudam a controlar incontinência urinária







Caracterizada pela incapacidade de segurar a urina, a incontinência
urinária atinge 10 milhões de brasileiros de todas as idades, sendo
duas vezes mais comum no sexo feminino, afirma a Sociedade Brasileira
de Urologia. Por ser um problema agravado com a idade, as pessoas
tendem a acreditar que a incontinência é uma doença exclusiva do idoso
e não procuram ajuda médica, ou então acreditam ser um processo
natural do envelhecimento - o que não é verdade.

De acordo com a fisioterapeuta especializada em uroginecologia Luciana
Lopes, da Clínica Da Matta Fisio, em Belo Horizonte, existem quatro
tipos de manifestações da doença: incontinência urinária de esforço,
quando a pessoa não tem força muscular pélvica suficiente para reter a
urina; incontinência urinária de urgência, que é a perda involuntária
de urina sem nenhuma razão aparente, normalmente causada por
contrações musculares involuntárias; incontinência urinária funcional,
que ocorre quando uma pessoa reconhece a necessidade de urinar, mas
está impossibilitada de ir ao banheiro devido a alguma doença; e
incontinência urinária por transbordamento, que ocorre quando a bexiga
está sempre cheia, ocorrendo vazamentos. As incontinências urinárias
podem ser tratadas ou então controladas com a adoção de hábitos
simples. Neste Dia Internacional da Incontinência Urinária (14 de
março), confira quais são eles:

Ir ao banheiro em horários programados

"Esse é o tratamento chave para pacientes com incontinência urinaria
de urgência", diz a fisioterapeuta Maria Cristina Viaro, do Centro
Universitário Celso Lisboa, no Rio de Janeiro. O ideal é estabelecer
horários do dia específicos para ir ao banheiro, mesmo que você não
esteja com vontade - e ir aumentando o intervalo das idas ao banheiro
na medida em que o problema é controlado. "Cerca de 57% dos pacientes
tratados com esta técnica conseguem reduzir o numero de episódios de
incontinência."

Fazer exercícios de kegel

O princípio dos exercícios de Kegel é fortalecer os músculos do
assoalho pélvico, ajudando a prevenir problemas como a incontinência
urinária de esforço ou de urgência. "A prática do Kegel irá reforçar
essa musculatura, permitindo um maior controle da incontinência", diz
o urologista Fernando Nestor Facio Jr, responsável pelo ambulatório de
saúde masculina da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.
Para fazer os exercícios de Kegel de forma correta, primeiro esvazie a
bexiga, e contraia os músculos do assoalho pélvico. Conte até 10 e a
seguir relaxe os músculos completamente contando até 15. Faça 10
exercícios, três vezes ao dia. "Pode parecer fácil, mas para
funcionar, você tem que fazer os exercícios sem encolher o abdômen,
apertar as pernas uma contra a outra, contrair o glúteo ou prender a
respiração, trabalhando apenas os músculos do assoalho pélvico",
ressalta a fisioterapeuta Maria. Os exercícios de Kegel podem ser
feitos por mulheres e homens. Se estiver com dúvidas sobre como
praticar os exercícios, procure um profissional especializado.

Aumentar o consumo de fibras

Em alguns casos, a incontinência pode ser controlada com a regulação
do trânsito intestinal como um todo. "Dessa forma, aumentar a ingestão
de fibras e equilibrar o consumo de água contribui para a melhora do
controle, mas apenas associado a outras medidas, como prática de
exercícios", diz o urologista Fernando.

Evitar álcool e bebidas com cafeína

Não é de hoje que conhecemos os efeitos diuréticos de bebidas
alcoólicas ou ricas em cafeína. O álcool em excesso leva ao
relaxamento da musculatura pélvica ou incapacidade de mobilidade por
embriaguez, e a cafeína provoca irritações na bexiga ou uretra,
levando a necessidade de urinar. "Justamente por esse efeito de
estímulo da bexiga que essas bebidas devem ser evitadas por quem sofre
de incontinência urinária", diz a fisioterapeuta Luciana.

Controlar o diabetes

O paciente com o diabetes não controlado pode apresentar danos na
capacidade muscular da bexiga, bem como uma doença chamada neuropatia
diabética, causada por uma série de lesões nos neurônios responsáveis
pelo controle urinário. "A polaciúria (urinar várias vezes ao dia)
pode ser sinal de não controle da diabetes e pede atenção", diz o
urologista Fernando. "Controlando o diabetes, os sintomas de
incontinência urinária tendem a melhorar."

Largar o cigarro

O tabagismo favorece a incontinência urinária em vários aspectos.
"Além de aumentar a incidência de fraquezas urinárias, fumar causa
tosse crônica, que provoca pressões abdominais sobre o períneo,
favorecendo a incontinência", diz a fisioterapeuta Luciana. Outro
problema do cigarro é que ele é um antiestrogênico, fator que
influencia de forma negativa a tonicidade do períneo.

Eliminar o excesso de peso

A obesidade é, atualmente, um reconhecido fator de risco para a
incontinência urinária. "O excesso de peso provoca um aumento da
pressão sobre a bexiga e assoalho pélvico, favorecendo as perdas
urinárias", explica a fisioterapeuta e uroginecologista Luciana. Dessa
forma, a perda de peso pode não só controlar a incontinência urinária,
como contribuir diretamente para a sua cura.

Na dúvida, procure um médico

A incontinência urinária pode ser sintoma de doenças como infecções
urinárias, problemas com a próstata no caso dos homens ou problema na
bexiga e períneo. Há também a incontinência urinária funcional,
caracterizada pela impossibilidade de ir ao banheiro devido a
enfermidades como demência, deficiência visual, problemas de
mobilidade, depressão, ansiedade ou raiva. Nesses casos, é fundamental
procurar um especialista e tratar a condição juntamente com a
incontinência.

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