Tratamento das complicações pós aborto
Nos países em desenvolvimento, mais de meio milhão de mulheres morrem anualmente por causas relacionadas à maternidade. Quase todas estas mortes poderiam ser evitadas. Os esforços para evitar as mortes maternas conseqüentes de uma causa principal—as complicações do aborto em condições de risco—são cruciais, mas inadequados em grande parte do mundo. A prestação de uma atenção médica apropriada, imediatamente, poderia salvar a vida de milhões de mulheres. O oferecimento de planejamento familiar poderia evitar muitas gravidezes imprevistas e os conseqüentes abortos em condições de risco no futuro.
O aborto que ocorre em condições de risco causa entre 50.000 e 100.000 mortes anualmente. Em alguns países, as complicações do aborto em condições de risco causam a maioria das mortes maternas e, em outros países, são as causas principais de morte da mulher em idade reprodutiva. A Organização Mundial da Saúde calcula que cada ano, até 20 milhões de abortos ocorrem em condições inadequadas e que entre 10% e 50% das mulheres que abortam requerem atenção médica por complicações. Ainda, muitas mulheres também precisam de atenção depois de um aborto espontâneo (perda da gravidez). Em 86 hospitais de um país, por exemplo, cada mês cerca de 28.000 mulheres procuram tratamento para as complicações de abortos em condições inadequadas ou de abortos espontâneos.
As cinco causas principais da mortalidade materna são: a hemorragia, o parto obstaculizado, a infecção, a hipertensão induzida pela gravidez e as complicações do aborto em condições de risco. Muitos países estão iniciando programas para reduzir a taxa de mortalidade devida às outras quatro causas, mas em poucos é oferecida atenção médica adequada de emergência, que reduziria o número total de mortes maternas atribuíveis às complicações do aborto. O número de países onde são oferecidos serviços e orientação de planejamento familiar às mulheres tratadas por complicações do aborto é ainda menor.
Melhoramentos na Atenção Médica e Prestação de Serviços de Planejamento Familiar
Embora as complicações do aborto sejam uma emergência médica comum nos países em desenvolvimento, a atenção médica freqüentemente é prestada em um contexto de crise. Por outro lado, através do enfoque estratégico para a atenção pós-aborto, a necessidade de tratamento de emergência é prevista e o planejamento é antecipado para cobrir esta necessidade, e prestam-se serviços de planejamento familiar para evitar o ciclo repetitivo de abortos. Um plano eficaz de atenção pós-aborto garante que a mulher receba atenção integral, apropriada e oportuna ("IAO").
• Integral. Muitas das mulheres tratadas por complicações de aborto querem evitar a gravidez; no entanto, menos de um terço das mulheres que recebem este tratamento usaram métodos anticoncepcionais eficazes alguma vez na vida. Muitas delas querem ser informadas em relação ao planejamento familiar para poder evitar a gravidez. O lugar mais apropriado para oferecer serviços e orientação em planejamento familiar é o mesmo lugar onde a mulher recebe atenção pós-aborto de emergência. Sendo que a atenção pós-aborto freqüentemente é uma crise médica e emocional, é especialmente importante fornecer à mulher orientação com empatia que evite preconceitos, para que ela seja capaz de evitar uma futura gravidez não desejada e, por conseguinte, o aborto em condições de risco.
• Apropriada. A maioria das mulheres que procuram tratamento de emergência sofre de aborto incompleto, o qual, se não for tratado, pode resultar em hemorragia, infecção e morte. A evacuação uterina pode ser realizada segura e eficientemente através da aspiração manual intra-uterina (AMIU) com anestesia local. A AMIU sob anestesia local pode ser realizada segura e eficientemente. A AMIU é mais segura e geralmente mais barata do que a curetagem uterina com anestesia geral, o tratamento mais comum usado em muitos países. Em um hospital no Quênia, por exemplo, o custo do tratamento pós-aborto foi reduzido em 66% depois que a AMIU substituiu a curetagem uterina, principalmente devido à dramática redução na duração da permanência no hospital.
• Oportuna. Freqüentemente, a mulher não recebe tratamento médico de maneira oportuna. Os atrasos colocam a sua vida em risco.
A descentralização da atenção de emergência reduz os atrasos porque oferece certo nível de atenção pós-aborto em cada nível do sistema de saúde. Por sua vez, o estabelecimento de um sistema formal de referência ajuda cada mulher a alcançar rapidamente o nível de atenção que ela precisa.
Uma estratégia planejada para atenção pós-aborto conota uma atenção mais eficaz—e freqüentemente com poupanças—do que o contexto de crise, que atualmente caracteriza a maioria dos serviços de atenção pós-aborto. Além disso, satisfaz as necessidades da mulher de receber atenção com empatia e serviços contínuos de saúde reprodutiva. O tratamento médico eficaz de emergência das complicações do aborto, em conjunto com uma orientação e serviços sensíveis de planejamento familiar podem salvar a vida da mulher.
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O aborto que ocorre em condições de risco causa entre 50.000 e 100.000 mortes anualmente. Em alguns países, as complicações do aborto em condições de risco causam a maioria das mortes maternas e, em outros países, são as causas principais de morte da mulher em idade reprodutiva. A Organização Mundial da Saúde calcula que cada ano, até 20 milhões de abortos ocorrem em condições inadequadas e que entre 10% e 50% das mulheres que abortam requerem atenção médica por complicações. Ainda, muitas mulheres também precisam de atenção depois de um aborto espontâneo (perda da gravidez). Em 86 hospitais de um país, por exemplo, cada mês cerca de 28.000 mulheres procuram tratamento para as complicações de abortos em condições inadequadas ou de abortos espontâneos.
As cinco causas principais da mortalidade materna são: a hemorragia, o parto obstaculizado, a infecção, a hipertensão induzida pela gravidez e as complicações do aborto em condições de risco. Muitos países estão iniciando programas para reduzir a taxa de mortalidade devida às outras quatro causas, mas em poucos é oferecida atenção médica adequada de emergência, que reduziria o número total de mortes maternas atribuíveis às complicações do aborto. O número de países onde são oferecidos serviços e orientação de planejamento familiar às mulheres tratadas por complicações do aborto é ainda menor.
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Embora as complicações do aborto sejam uma emergência médica comum nos países em desenvolvimento, a atenção médica freqüentemente é prestada em um contexto de crise. Por outro lado, através do enfoque estratégico para a atenção pós-aborto, a necessidade de tratamento de emergência é prevista e o planejamento é antecipado para cobrir esta necessidade, e prestam-se serviços de planejamento familiar para evitar o ciclo repetitivo de abortos. Um plano eficaz de atenção pós-aborto garante que a mulher receba atenção integral, apropriada e oportuna ("IAO").
• Integral. Muitas das mulheres tratadas por complicações de aborto querem evitar a gravidez; no entanto, menos de um terço das mulheres que recebem este tratamento usaram métodos anticoncepcionais eficazes alguma vez na vida. Muitas delas querem ser informadas em relação ao planejamento familiar para poder evitar a gravidez. O lugar mais apropriado para oferecer serviços e orientação em planejamento familiar é o mesmo lugar onde a mulher recebe atenção pós-aborto de emergência. Sendo que a atenção pós-aborto freqüentemente é uma crise médica e emocional, é especialmente importante fornecer à mulher orientação com empatia que evite preconceitos, para que ela seja capaz de evitar uma futura gravidez não desejada e, por conseguinte, o aborto em condições de risco.
• Apropriada. A maioria das mulheres que procuram tratamento de emergência sofre de aborto incompleto, o qual, se não for tratado, pode resultar em hemorragia, infecção e morte. A evacuação uterina pode ser realizada segura e eficientemente através da aspiração manual intra-uterina (AMIU) com anestesia local. A AMIU sob anestesia local pode ser realizada segura e eficientemente. A AMIU é mais segura e geralmente mais barata do que a curetagem uterina com anestesia geral, o tratamento mais comum usado em muitos países. Em um hospital no Quênia, por exemplo, o custo do tratamento pós-aborto foi reduzido em 66% depois que a AMIU substituiu a curetagem uterina, principalmente devido à dramática redução na duração da permanência no hospital.
• Oportuna. Freqüentemente, a mulher não recebe tratamento médico de maneira oportuna. Os atrasos colocam a sua vida em risco.
A descentralização da atenção de emergência reduz os atrasos porque oferece certo nível de atenção pós-aborto em cada nível do sistema de saúde. Por sua vez, o estabelecimento de um sistema formal de referência ajuda cada mulher a alcançar rapidamente o nível de atenção que ela precisa.
Uma estratégia planejada para atenção pós-aborto conota uma atenção mais eficaz—e freqüentemente com poupanças—do que o contexto de crise, que atualmente caracteriza a maioria dos serviços de atenção pós-aborto. Além disso, satisfaz as necessidades da mulher de receber atenção com empatia e serviços contínuos de saúde reprodutiva. O tratamento médico eficaz de emergência das complicações do aborto, em conjunto com uma orientação e serviços sensíveis de planejamento familiar podem salvar a vida da mulher.
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